Cientista e engenheiro de dados estão em alta e têm salário que pode passar de R$ 20 mil;

 


Com desafio de encontrar mão de obra qualificada, profissões seguem em alta em 2024 porque empresas valorizam cada vez mais o uso de dados na tomada de decisões.

Essas áreas são relativamente novas e fazem parte do boom da IA generativa. As empresas estão atrás de quem realmente domina o assunto, mas são poucos aqueles que estão preparados.

Quem já conseguiu se qualificar, passa a ficar mais exigente em relação às vagas. Esses profissionais muitas vezes são atraídos por companhias estrangeiras, que pagam em euro ou dólar, permitindo até que a pessoa trabalhe do Brasil. Esse tipo de oferta mais atraente faz com que o mercado interno tenha dificuldades para reter os talentos.


Como está o salário?


Dados obtidos pelo g1 com a plataforma de empregos Catho mostram que a média salarial em 2024 do cientista de dados está em R$ 7.801, enquanto a do engenheiro fica em R$ 6.927. Quando olhamos para o analista, a média fica em R$ 3.094, segundo o Vagas.com.


Tanto o levantamento da Catho como o da Vagas.com foram feitos nos primeiros meses deste ano.


Fabio Maeda, diretor da unidade de candidatos da Catho, diz que houve aumento na média salarial de profissionais na área de dados entre 2023 e 2024. "Os cientistas e os engenheiros tiveram incremento salarial de 3% e 7%, respectivamente. Isso indica que as empresas estão investindo mais em estruturação, análise e engenharia de dados".


Para a consultoria Robert Half,  os números podem ser ainda maiores no caso do cientista de dados. O estudo divulgado no fim de 2023 mostrou que um iniciante, que ainda está se desenvolvendo, pode receber em média R$ 14.400. Um profissional intermediário pode tirar R$ 18.700 ao mês, enquanto os líderes têm uma remuneração de R$ 24.100.


"Depois da pandemia, quando houve uma série de demissões, as empresas não queriam mais pagar aqueles salários altos. Só que depois elas voltaram a contratar, mas com salários menores. Ainda assim, a remuneração para essas áreas está acima da média em relação a outras profissões", analisa Isabela Marinho Rangel, fundadora da comunidade Data & Analytics Fórum.


Onde posso trabalhar com dados?


Ainda segundo a Robert Half, os setores que vão liderar as contratações de profissionais de dados este ano são bancos, indústrias, seguradoras, empresas de educação e de saúde.



Isso também quer dizer que não existem limitações para estas três profissões. É possível encontrar oportunidades em empresas de varejo, alimentos, bebidas, comunicação, saúde, no setor do agronegócio, dentre outros.


Apesar disso, Bruna Zamith, da Amazon Brasil, faz um alerta sobre a falta de diversidade nessas áreas. "De alguma forma, os dados deveriam refletir a realidade. Só que, para que eles reflitam a realidade, é preciso diversidade de informações e tem que evitar vieses", diz.


Assim como em outras áreas da tecnologia da informação, especialistas dizem que a graduação nem sempre é o único caminho para trabalhar como analista, engenheiro ou cientista de dados.


Um primeiro contato com cursos disponíveis na internet já é algo vantajoso e o estudo constante se torna essencial, porque tecnologia muda o tempo todo.


Segundo especialistas, os cursos superiores podem ajudar a pessoa a ter uma base mais sólida. "Caso a pessoa não tenha graduação e queira atuar na área, ela precisa entrar em uma faculdade de estatística, ciência da computação ou atualmente no curso tecnólogo de ciência de dados, por exemplo", diz a professora especializada em dados Artemísia Weyl.
Engenharia de computação, análise e desenvolvimento de sistemas, banco de dados, física ou matemática (estas últimas exigem complemento em TI, posteriormente) são outras graduações que podem ajudar.

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